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Advocacia privada é para você? Os primeiros passos para ser um advogado (a) de sucesso.

INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM DIREITO
24/01/2020
Para quem pretende seguir a carreira da advocacia privada precisa ter muito mais do que conhecimento em leis e procedimentos.

INTRODUÇÃO

A advocacia é uma das profissões que mais expandiu nos últimos tempos. No Brasil atualmente encontram-se registrados na Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, mais de 1.157,355 advogados. E com tantas profissões a seguir dentro do curso de Direito, veremos que para quem pretende seguir a carreira da advocacia privada precisa ter muito mais do que conhecimento em leis e procedimentos.

 

O objetivo desse artigo é apresentar como a advocacia privada funciona na prática, e quais são os primeiros passos para ser um advogado (a) de sucesso. Através de uma breve apresentação da profissão no intuito de proporcionar aos estudantes de Direito informações que auxiliem na escolha desta carreira.

 

E para melhor esclarecer as dúvidas a respeito da advocacia privada, e oferecer dicas para se construir uma carreira de sucesso, convidamos uma advogada com 20 anos de carreira, a Dra. Viviana Gonçalves Hirata Melo, OAB-GO 20.156, Bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás - PUC/GO, Pós-graduada em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pela Universidade do RJ, Mestranda em Gestão Econômica do Meio Ambiente pela UNB, habilitada em Gestão de Escritório Digital pela ADVBOX Consultoria e Tecnologia.

 

1 -  É possível fazer prospecção de clientes por meio das redes sociais no início da carreira?

É possível, apenas limitado a marketing de conteúdo, divulgação dos eventos/cursos que participa ou ministra. Não pode expor os seus clientes. A prospecção está ligada diretamente a sua reputação, sempre pensar em como você quer ser visto por seus clientes. O que a OAB proíbe é a comercialização da profissão, trata-la como mercadoria.

Antigamente, da mesma forma que o juiz fica em seu gabinete esperando as lides chegarem até ele, o advogado também ficava em seu escritório esperando as pessoas o buscar para solucionar seus problemas.

No entanto, com o tempo, a concorrência aumentando de forma exponencial, atualmente o advogado deve demonstrar um diferencial e se destacar para que os clientes te notem e o contratem, de certa forma hoje é NECESSÁRIO ir até o seu cliente.

 

2 - Precificação de honorários? Como fechar contratos em início de carreira?

Infelizmente, por não termos essa ideia comercial da advocacia, não aprendemos na faculdade a vender o nosso serviço.

Para precificar seus honorários é importante observar três requisitos: o seu momento, com o que você já investiu e no que quer investir.

A melhor forma de precificar, considerando os valores mínimos da tabela da OAB. É ter confiança e segurança no que você irá fazer, para isso deve-se ter o mínimo de conhecimento processual da área para não causar prejuízo a si por cobrar menos do devido ou causar prejuízo ao cliente por erro e não lograr êxito na demanda.

Avaliar sua situação atual, com base em sua hora, pesando o custo que demanda aquele processo, os cursos que esta fazendo, o que deixara de fazer para trabalhar naquele caso, quanto vale a sua hora, pesar suas contas de aluguel etc.

Avaliar o tempo que irá durar aquela demanda, quanto ela irá custar do seu tempo, o que você terá que abrir mão para atuar naquela causa.

Por tanto é algo muito subjetivo, logo todo advogado deve se fazer a seguinte pergunta: “Quanto esse serviço vai me custar?”.

 

3 – Quais as maiores dificuldades em início de carreira?

A principal dificuldade é a financeira, pois as contas só vão aumentando. No entanto, nesse momento é necessário planejamento, pois é necessário economizar e se planejar financeiramente para investir no que é necessário para aumentar suas habilidades e somar em seu ofício. Colocar a necessidade de ter uma renda acima de qualquer coisa é o principal erro dos jovens advogados.

Lidar com a frustação, vez que nem sempre seu cliente reconhecerá o valor do seu serviço. Muitas vezes as pessoas não enxergam a advocacia como investimento, pela economia de estresse, financeira, e emocional, vê somente como custo extra e desnecessário.

 

4 - Pontos positivos e negativos de se associar a um escritório?

O advogado associado é uma pessoa física contratada para prestar serviços ao escritório, trabalha sem vínculo empregatício, sem subordinação nem controle de jornada nessa relação. É necessário averbar o contrato de associação com advogado sem vínculo empregatício. O advogado associado poderá participar de uma ou mais sociedade de advogados e ainda ter a sua própria clientela, mantendo a sua autonomia profissional.

Advogado associado não tem responsabilidade com custo e nem prejuízo do escritório de advocacia em que trabalha e nessa modalidade há a ausência de verbas trabalhistas. A desvantagem em comparação ao advogado contratado é geralmente não receber um valor fixo mensal, porém há a desvantagem da subordinação e dever de cumprir jornada etc.

Já o advogado empregado está elencando a partir do artigo 18° até ao artigo 21º da Lei n° 8.906/94 Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil. A relação de emprego entre advogado e empregador opera-se nos moldes estabelecidos pela a Consolidação de Leis Trabalhista, ou seja, submetendo-se aos mesmos requisitos, contudo, exige a prestação de serviço não eventual, sob dependência e mediante a contraprestação salarial.

 

5 - É fundamental após a graduação já iniciar uma especialização?

Não, mas o ideal é que você já tenha uma afinidade em determinada área, procure conhecer a atuação desse ramo ainda durante a faculdade.

Desse modo, se ainda não houver decido após a graduação, um curso de extensão irá oferecer uma noção muito mais prática da realidade da atuação naquele ramo, podendo ser mais útil.

Observar sempre pelo critério de afinidade, nunca pelo mais rentável, porque os ramos do direito são cíclicos, da mesma forma que a sociedade é.

 

6 - Como se destacar no mercado?

Você deve ser seu chefe exigente! Dedicar e estudar muito, se profissionalizar em um ramo para ser referência; oferecendo o melhor serviço do mercado.

Destaque a sua individualidade.

Não seja um “advogado peão”, aquele que sabe apenas peticionar. Hoje uma das principais habilidades do advogado é saber comunicar-se bem para entender o real problema do cliente.

É necessário ter habilidades laterais, a chamada “Soft Skills”, que para o advogado são a habilidade de comunicação, a criatividade para buscar soluções inovadoras, inovar em teses jurídicas, fazendo o discurso jurídico se desenvolver, habilidade de negociar, para convencer o cliente a tomar a melhor decisão e trazer uma economia processual.

 

CONCLUSÃO

 

Percebe-se que conforme os hábitos da sociedade se transformaram com os avanços tecnológicos, a advocacia privada sendo uma profissão tão tradicional também teve que se reinventar, e para quem pretende ingressar na advocacia e ser bem sucedido deve desenvolver habilidades além do conhecimento jurídico, como desenvolvimento pessoal, marketing digital, noções de finanças e investimentos.

A advocacia privada é um mercado saturado de “advogados tradicionais”, mas pra quem quer inovar ainda há muito espaço.

 

Laissa Batista da Silva, graduanda em Direito, associada ao Instituto de Estudos Avançados em Direito, assessora dos núcleos de Direito Administrativo e Direito Tributário. Instagram @laissabatista_

 

Taís De Paula Santos, advogada, associada ao Instituto de Estudos Avançado em Direito, Assessora do núcleo de Direito do Trabalho, pós graduanda em Direito Material e Processual do Trabalho pelo IED. Instagram @taisantosadv.

 

Thainara Ferreira Guimarães, graduanda em Direito, associada ao Instituto de Estudos Avançado em Direito, assessora do núcleo Universitário e núcleo Direito do Trabalho. Instagram @thainaraguimaraes_

 

O Instituto de Estudos Avançados em Direito – IEAD nasceu da necessidade de fomentar o estudo jurídico do país. Somos uma organização sem fins lucrativos que promove e incentiva a realização e desenvolvimento de estudos, cursos, palestras e congressos, debates, simpósios, produção científica, realização de pesquisas, revista especializada, publicação com selo editorial próprio, prestação de consultoria, constituição de um centro de documentação e atuação como amicus curiae.

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