Como utilizar as técnicas do Legal Design no seu escritório de advocacia
É inegável o quanto a advocacia tem se transformado nos
últimos anos, para não falar nas últimas décadas. Entre processo de
globalização e avanço da tecnologia, é difícil encontrar uma área que tenha se
mantido igualmente. E quando falamos da advocacia, esse processo de mudança vai
desde o direito material e ao direito processual e ao próprio modo de advogar.
Novas técnicas de gestão e tecnologia ganharam e ainda
ganham destaque no mercado jurídico. No aspecto ferramental, um software jurídico
consegue automatizar muitos processos mecânicos. No aspecto técnico, estratégia
como o Legal Design conquistam o meio.
A proposta é trazer maneiras mais contextualizadas de pensar
a própria advocacia. E pode representar, desse modo, um diferencial para um
mercado bastante concorrido.
Em um mercado com mais de 1 milhão de profissionais, pode
ser difícil encontrar o elemento que faça com que um tenha mais clientes do que
outro, principalmente quando todos também parecem se qualificar cada vez mais.
Para muitos, a resposta tem sido apostar na formação de sociedades mais
robustas e fortalecidas. E sim, esta é parte de uma alternativa.
A solução, no entanto, pode também estar fora da zona
jurídica propriamente dita e desembocar em outras facetas da oferta do serviço
na advocacia.
O que é Legal Design: entre o Visual Law e o Design Thinking
Muitos se equivocam ao pensar que o Legal Design trata
apenas de estética das petições, dos contratos ou da marca do escritório, em
uma confusão com o Visual Law. Embora o aspecto visual seja também importante,
sobretudo para um meio em que a comunicação é vista com formalismo, existem
mais benefícios nessa técnica que mescla design e administração.
O Legal Design, assim, pode estar na marca, na forma de um
contrato, mas também pode estar na estrutura dos escritórios de advocacia, no
modo de entender e de atender ao cliente.
Quantas entrevistas, por exemplo, você realizou sobre seus
clientes antes de montar o escritório? Ou apenas definiu as suas áreas de
atuação?
Por meio do Legal Design e das técnicas de investigação e
prototipação provenientes do design thinking, é possível compreender melhor
aquele que utilizará o serviço – seja cliente, seja juiz – e, dessa maneira,
desenvolver o seu trabalho de modo que concilie os seus objetivos com os
interesses dessas pessoas. Isto gera, assim, mais eficácia para a atividade.
Como aplicar o Legal Design ao escritório de advocacia
Enquanto o Legal Design caminha em direção à aplicação do
Design Thinking ao meio jurídico para além do seu aspecto visual, o Visual Law
foca mais especificamente no caráter estético das produções jurídicas: peças,
contratos, marca e outros.
Aplicar o Legal Design ao escritório é mais uma mudança de
mindset do que necessariamente a mudança estética do empreendimento.
No ADV
Conference de 2019, por exemplo, o palestrante Alexandre Zavaglia trouxe
cases de empresas que mudaram a forma de elaborar seus contratos para que
aquele que fosse contratar entendesse melhor o objeto do contrato. Isto não
significa abdicar das formalidades muitas vezes exigidas juridicamente.
Mas um contrato mais inteligível pode acompanhar o outro
mais formal de modo a gerar clareza para as partes e eventuais transtornos por
desconhecimento de cláusulas, por exemplo. Afinal, nem todos entendem
exatamente termos jurídicos ou mesmo a forma de escrever própria ao Direito.
Apesar dos cursos ensinarem técnicas, contudo, é preciso
diferenciar o trabalho de um designer do trabalho de um advogado ou de uma
advogada. As especializações são ótimas para que o profissional tenha controle
sobre as estratégias do escritório. No entanto, é sempre recomendado buscar
profissionais capacitados a efetuar o serviço de design.
Assim, o gestor consegue definir os elementos do projeto e
repassá-los a quem tem a quem tem a expertise na área visual.
Ficou interessado no tema? Confira o artigo completo sobre Legal Design e a aplicação
em escritórios de advocacia.
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