Google deve remover vídeos ofensivos a Marielle Franco
A ação foi ajuizada pela irmã e a companheira da vereadora, executada a tiros no dia 14/3 no Rio de Janeiro. As autoras apontaram que foram publicados diversos vídeos na plataforma on-line violando a dignidade de Marielle. Segundo elas, a internet não pode ser tratada como uma "terra sem lei", e pleitearam a remoção do conteúdo, além da proibição de novas postagens sobre o tema.
Segundo as informações prestadas, alguns vídeos fazem referência direta à Marielle, a vinculando a facções criminosas e tráfico ou imputações maliciosas sobre as suas bandeiras políticas, como o aborto.
Excessos
Ao analisar o caso, a magistrada asseverou que não é possível extirpar de toda a internet opiniões de seus usuários sobre os fatos, uma vez que Marielle exercia função pública e sua atividade parlamentar era essencialmente exercida através de sua manifestação sobre os fatos da sociedade.
Todavia, ela ressaltou que alguns vídeos extrapolam o que é determinado pela Constituição como limite ao direito de expressar livremente o pensamento.
"A grande maioria das pessoas apenas comenta o fato, sem juízo de valor ou sem a intenção de ataque, mas claro que há aqueles que se excedem, por isso a necessidade do controle jurisdicional para evitar que a memória, a honra e a dignidade da vítima sejam expostas e maculadas por essa conduta indevida e de carente bom senso."
Para a magistrada, não se deve exigir que o Google controle previamente as postagens, sendo impossível a remoção antecipada do conteúdo divulgado. Contudo, entendeu ser possível o controle a posteriori dos conteúdos inapropriados, promovendo sua exclusão em prazo razoável.
Assim, estabeleceu a retirada dos vídeos no prazo de 72 horas, e, em relação a novas postagens, as quais que possam ser identificadas como ofensivas à honra e à memória de Marielle, o provedor deverá remover o conteúdo no prazo de 48 horas da notificação.
Processo: 0066013-46.2018.8.19.0001
Fonte: Migalhas